quarta-feira, 10 de agosto de 2011

HUB retoma tratamento de pacientes com apnéia do sono

Adriana Mesquita
Da Assessoria de Comunicação do HUB


O Ambulatório do Sono do Hospital Universitário retomou suas atividades. O serviço é referência no Distrito Federal e estava paralisado há quase dois anos. Pacientes que sofrem de apnéia enquanto dormem já podem agendar uma consulta no hospital. A doença causa paradas respiratórias a partir de 10 segundos de sono, e tem como conseqüências cansaçorotineiro, pressão alta, ataques cardíacos e derrames. Os sintomas mais frequentes são: ronco intenso, sono agitado ou fragmentado, sensação de sufocamento ou engasgos durante a noite.

Jardel Miranda Milhomens, 34 anos de idade, participou pela primeira vez da triagem do Laboratório do Sono no HUB na última quinta-feira (4). Há mais de dez anos, o webesigner suspeitou ter apnéia. “Eu ronco muito e tenho dificuldades para manter o sono”. Depois das frequentes reclamações da esposa e de descobrir que o problema pode ser tratado, resolveu procurar ajuda. “Fui informado que aqui oferece o tratamento e participei da triagem, que por sinal é excelente para nos orientar também sobre o que devemos fazer para dormir melhor”.

De acordo com o chefe do Serviço de Pneumologia e coordenador do Laboratório do Sono, Eduardo Gaio, a pessoa não dorme bem porque os rápidos episódios de apnéia ocorrem muitas vezes, ocasionando quedas de níveis de oxigênio no corpo. “A pessoa vai do sono profundo ao superficial várias vezes durante a noite, resultando em queda na qualidade do sono”, afirma.

Gaio lembra que a medicina utiliza-se de várias estratégias para diagnosticar e solucionar esse problema." O tratamento da apnéia do sono visa a restaurar a respiração regular durante a noite e aliviar sintomas como ronco alto e sonolência durante o dia. Alguns casos podem ser resolvidos somente com cirurgia".

A psicóloga Lisiane Bittencourt, responsável pela Terapia Cognitiva Comportamental, ressalta que muitas vezes a apnéia está associada ao sobrepeso e é predominante em pessoas com grandes circunferências de pescoço. Além da apnéia do sono, a insônia também é um distúrbio comum na população. “Quem sofre deste mal tem dificuldade em iniciar o sono por mais de 30 minutos, de mantê-lo e costuma despertar precocemente”, observa a psicóloga. Segundo ela, a sonolência excessiva pode ser conseqüência da insônia e acontece quando a pessoa não tem um sono reparador e fica “cochilando” várias vezes durante o dia.

Lisiane afirma que o ronco é a forma mais comum de o organismo se manifestar diante de uma dificuldade respiratória durante o sono. Ela alerta que dormir muito pode ser um sintoma de distúrbio. “Muitas vezes, alguém que dorme 10 horas seguidas não está tendo um sono de qualidade e isso pode ser um problema”.

Segundo a psicóloga, além das consequências físicas, os distúrbios do sono trazem transtornos sociais e psicológicos aos pacientes, reduzindo a capacidade de raciocínio, concentração e atenção e pode prejudicar a saúde mental e o convívio social destas pessoas.

A psicóloga faz recomendações para garantir uma boa noite de sono. “Evitar o consumo excessivo de álcool, fumo, refrigerantes derivados de cola, café e alimentos com alto teor de gordura durante a noite, trocar filmes ou programas de ação por outros que relaxem a mente, emagrecer caso esteja acima do peso e dormir somente o necessário são essenciais”, aconselha Lisiane.

Serviço
Os interessados em participar da triagem do Laboratório do Sono do HUB podem entrar em contato pelo (61) 3348-5280, pela manhã. Não há critérios pré-definidos para a participação, mas é preciso agendar por telefone. Os encontros acontecem sempre na primeira quinta-feira de cada mês, às 9h.